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23/05/2010

Tempo?!

"Tudo tem o seu tempo determinado...
...tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar." (Eclesiastes 3:1 e 5)



O homem é um ser sociável. Ele tem necessidade de interagir com o próximo. É na familia que se dá essas primeiras interações que vai se ampliando no curso da vida. Há momentos, no entanto, que o homem sente a necessidade de estar só. Só consigo mesmo...só com Deus. Esta solidão pode ser muito frutífera para alguns, ao passo que para outros pode ser devastadora. O que sabemos com certeza é que existe tanto o "tempo de abraçar", marcado pela efervecência nas relações pessoais, como o tempo de "afastar-se de abraçar", marcado por uma reclusão muitas vezes auto-imposta. Não obstante o abismo que separa as duas condições, é possível tirar lições valiosas de cada uma delas.


Penso que devemos viver intensamente os "momentos" da vida. Momentos que duram minutos, horas, dias, semanas, meses e anos...

O valor das relações não é medido pelo tempo do convívio tão somente, mas pela intensidade com que se vive.


Jesus esteve 3 anos acompanhando e sendo acompanhado por seus discípulos. Era tempo de abraçar.


Cumprida sua missão redentora, ausentou-se para o seio do Pai. Era tempo de afastar-se de abraçar.


Não raro, Jesus mantinha uma vida social ativa, comia e bebia na casa dos amigos.


Era tempo de abraçar.


Algumas vezes, porém, preferia estar só para orar.


Era tempo de afastar-se de abraçar.


Em geral quando estamos ao lado de quem amamos intensamente, nos esquecemos ou quem sabe insistimos em não aprender, que isso não representa mais que uma fração da eternidade que se reveza entre momentos de abraçar e afastar-se de abraçar.
Alguém ja disse com muita propriedade que "nada é nosso...tudo é emprestado", e isto inclui nossas relações pessoais, família, pai, mãe, irmãos, amigos e amores...


Sofremos muito mais quando deixamos de encarar essa realidade, pois ela se materializará diante de nossos olhos mais cedo ou mais tarde, e isso, sem exceções.
O afastar-se de abraçar é comumente visto como negativo diante do abraçar. Convém lembrar, porém, que o "afastar-se" de Jesus correspondeu à vinda do Consolador para habitar conosco até a consumação dos séculos. O Espírito Santo veio e nos abraçou para sempre!


Se eventualmente, você que me lê, estiver vivendo um desses momentos de afastar-se de abraçar, lembre-se que o Consolador está a disposição de todo a quele que lhe confiar suas tristezas e angústias. Ele, e tão somente Ele, sabe dimensionar a intensidade de sua dor, oferecendo-lhe o seu abraço.
Aproveite portanto... pois o afastar-se de abraçar bem pode ser na verdade, tempo de abraçar e ser abraçado pelo próprio Deus.
Marcello di Paola

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