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21/05/2010

Hipocresia olhar com maldade

1Não julgueis, para que não sejais julgados.

2Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.

3Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?

4Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?

5Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão."


6Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem. (Mateus 7)

Com o propósito de diminuir nossos erros e defeitos, passamos a apontálos nos outros; dizemos que “eles são isso”, que “você é aquilo” e mudamos o foco da visão para o diferente. Jesus então nos orienta a nos percebermos, a nos conhecermos, olhando melhor para nós mesmos, o que nos “capacitaria” para, então, olhar para o cisco do outro. Mas será que o ensinamento de Jesus foi para que somente os puros pudessem falar do "mal" alheio? Seria nescessário estar puro moralmente para poder falar do outro, então?

Não é o fato de eu estar limpo moralmente que me capacita ou me autoriza a falar de um comportamento do outro. A gente sabe que qualquer hábito, mesmo o pecaminoso, é importante na vida das pessoas, estruturante da personalidade. Por exemplo: a atividade de uma prostituta é estruturante na vida dela, sem essa atividade essa vida demorona e falece; seria como tirar de repente a viga que sustenta a casa. É necessário cuidado, é importante paciência, é preciso ter a empatia, é fundamental o amor.

Fundamental na transformção é sentir a dor do outro, ouvir o que ele sente.

Tire primeiro a trave do seu olho. Veja como é difícil. Sinta a dor. Conheça o processo e isso vai te permitir auxiliar na cura do teu próximo. Não foi assim com Jesus? Acaso Ele não veio para nos ensinar a viver, vivendo? Sentiu nossas dores, sofreu nossas tentações, passou fome, sede, solidão e venceu. Mas o que aconteceu com Ele não o tornou somente um mestre moral. Ele foi Deus também e como Deus conheceu nossas dores para então se relacionar mais de perto.

Tirar a trave não diz respeito somente a ser puro, do contrário, “aquele que está sem pecados atire a primeira pedra”, disse Jesus. Diz respeito, antes, a amar e acolher em si a dor do outro. Sentir (n)a dor do outro.

Quando estaríamos aptos a ajudar nossos amigos a crescer? Nunca! Por que nunca estariamos puros. No entanto, o fato de eu ter passado por uma experiência de cura me permite dialogar e auxiliar nesse processo não como alguém que olha de cima, mais santo ou mais puro, mas de igual para igual, porque ambos conhecem a experiência da dor.

Lança de ti aquilo que te faz pecar!

Deus te abençoe.

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