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13/05/2011

Os Frutos

Vivemos, definitivamente, em uma época perigosa. O inimigo tem levado muitas pessoas à falsa ideia de que é através dos dons espirituais que identificamos se alguém está em comunhão com Deus. A Palavra de Deus, porém, nos afirma que é pelos frutos (Mateus 7.20) que conhecemos a pessoa que está verdadeiramente conectada à videira verdadeira que é Cristo (João 15.1-8).

Em grego, o termo traduzido por “fruto” é “karpos”, que significa “aquilo que é retirado”, pois se deriva do verbo “harpazo”, que pode ser traduzido como “arrebatar”, como em Atos 8.39: “Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou (herpasen) a Filipe, não o vendo mais o eunuco”. O mesmo termo é usado por Paulo em sua famosa passagem de 2 Coríntios 12.2: “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado (harpagenta) até ao terceiro céu”. A mesma expressão aparece em 1 Tessalonicenses 4.17: “Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados (harpagêsometha) juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Em Apocalipse 12.5, temos a mesma palavra: “Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado (herpasthe) para Deus até ao seu trono”. Dessa maneira, vemos que os frutos são elementos que acompanham a vida daqueles que serão levados para junto de Cristo quando for retirado aquilo que impede o mistério da iniquidade de operar com força total (2 Tessalonicenses 2.7-8). Estes que serão levados para junto de Deus, como frutos apanhados em uma colheita, serão livres da grande provação que está para vir sobre o mundo (Apocalipse 3.10).

O termo grego para “fruto” (karpos) também é derivado de “hellomai” que significa “preferir” ou “escolher”, como em 2 Tessalonicenses 2.13: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu (heilato) desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”. Temos o grande privilégio de termos sido escolhidos por Deus, uma escolha para que pudéssemos fazer aqui na terra as mesmas obras que Cristo realizou quando fez um tabernáculo entre nós. Somos chamados não para vivermos uma vida relaxada e tranquila, mas fomos escolhidos para trabalhar na grande seara do Senhor, na qual faltam trabalhadores (Mateus 9.37).

O termo grego “karpos” (fruto) também se relaciona a “airo”, que significa “levantar” ou “tomar”, como em Mateus 11.29: “Tomai (arate) sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”. Aquele que toma sobre si o jugo de Cristo e segue seus passos será também tomado por Cristo e levado aos ares para celebrar com Ele as Bodas do Cordeiro.

Em hebraico, o termo geralmente traduzido por “fruto” é “periy”. Essa palavra também pode significar “recompensa”. O cristão somente pode dar fruto se trabalhar na vinha do Senhor, como na parábola dos trabalhadores da vinha (Mateus 20.1-16). Independente da hora em que for contratado, ele receberá a recompensa por seu trabalho, que é o fruto de seu labor. Trabalhar na vinha de Cristo e Dele receber sua recompensa é, verdadeiramente, estar em comunhão com Cristo.

O termo hebraico para fruto (periy) também está diretamente ligado às ideias de “quebrar” (pur) e “separar” (paraz). Isso porque uma pessoa somente pode dar fruto se quebrar (pur) todos os tipos de concepções que possui e deixar que Cristo mostre a ela o que é bom, perfeito e agradável (Romanos 12.2). Agindo assim, o verdadeiro cristão se separa (paraz) do mal e é separado por Deus para uma soberana vocação que há em Cristo Jesus (Filipenses 3.14).

Um dos ancestrais de Cristo possuía um nome que vem dessa mesma raiz. Seu nome era Perez (Gênesis 38.27-30). Quando estava para nascer, achou caminho (paratsta) e, passando à frente de seu irmão gêmeo, saiu do ventre de sua mãe em primeiro lugar, brotando como um fruto (periy) maduro. Por isso foi chamado Perez (parets). Ele, como um fruto que brota, adquiriu o direito à primogenitura e à herança que lhe cabia. Da mesma forma, o fruto é aquilo que brota e acha caminho para sobressair na vida do cristão que verdadeiramente é um trabalhador na vinha de Cristo. Estes que assim procedem e geram frutos são os escolhidos, pois muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos (Mateus 22.14).

Outra ocasião em que esse termo aparece é quando Daniel desvendou o recado que a mão misteriosa havia escrito na parede de Belsazar. O profeta Daniel interpreta o termo “parsim” (pharsiyn) da seguinte maneira: “Dividido (periysath) foi o teu reino e dado aos medos e aos persas (pharas)” (Daniel 5.28). Aqui vemos que o termo hebraico para fruto (periy) também se relaciona com as palavras “dividido” (periysath) e “Pérsia” (pharas). Isso nos leva a pensar sobre os dois tipos de fruto que existem: o fruto do Espírito, que nos torna separados para Deus, e o fruto da carne, que separa aquele que os produz para o julgamento. Na ocasião da passagem de Daniel, o reino da Babilônia havia plantado tanta destruição e perversidade, a ponto de utilizar os utensílios sagrados do templo de Jerusalém em uma festa profana e pagã (Daniel 5.1-5). Por esta razão, tendo produzido frutos (periy) da carne, Deus separou (peras) o reino da Babilônia para o julgamento (parets), de modo que este reino foi dividido (periysath) e dado aos persas (pharas).

Outra palavra relacionada com “periy” (fruto) é “purah”, que significa “prensa do vinho” ou “lagar”. Isso nos leva a concluir que é somente quando o cristão é prensado e esmagado (pur) pelas circunstâncias da vida e pelos ataques do inimigo que ele se torna um lagar (purah) de onde brota o puro fruto da vide. Somente quando o cristão passa a ver o fruto (periy) em sua vida é que ele consegue se separar (paraz) do mal, esmagar (pur) a força do pecado e produzir um vinho puro como o de um lagar (purah) administrado pelo verdadeiro lavrador, que é o Pai (João 15.1).

Não se engane: é pelos frutos, e não pelos dons, que seremos conhecidos por Cristo. Busque os frutos e o próprio Cristo o limpará para que você possa produzir ainda mais frutos para o engrandecimento do Reino de Deus.

Você não precisa carregar tijolos

Você não precisa carregar tijolos

Uma reflexão do Salmo 81

"Cantem com alegria a Deus, o nosso defensor; cantem louvores ao Deus de Jacó.
Comecem a música e toquem os tamboris; toquem músicas alegres nas liras e nas harpas.
Toquem a trombeta para a festa quando chegar a lua nova e quando for lua cheia.
Isso é lei para Israel, é uma ordem do Deus de Jacó.

Quando Deus marchou contra a terra do Egito, ele deu essa lei ao povo de Israel. Ouvi uma voz, que eu não conhecia, dizendo:
Eu tirei das costas de vocês as cargas pesadas, fiz com que vocês ficassem livres de carregar os cestos cheios de tijolos.
(Grifo meu)
Quando estavam aflitos, vocês me chamaram, e eu os salvei. Lá de onde eu estava escondido, na tempestade, eu lhes respondi. Eu os pus à prova na fonte de Meribá. Meu povo, escute os meus conselhos! Ó Israel, como eu gostaria que você me ouvisse!
Nunca mais sirvam nenhum deus estrangeiro, nem adorem nenhum deus estranho.
Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês, sou aquele que os tirou da terra do Egito. Abram a boca, e eu os alimentarei.
Mas o meu povo não quis me ouvir; Israel não me obedeceu.

Portanto, eu deixei que eles andassem nos seus caminhos de teimosia e que fizessem o que queriam.
Como gostaria que o meu povo me ouvisse, que o povo de Israel me obedecesse!
Eu derrotaria logo os seus inimigos e castigaria todos os seus adversários. Aqueles que me odeiam se curvariam diante de mim, e o castigo deles duraria para sempre.
Mas a vocês eu daria o melhor trigo e os alimentaria com mel do campo, até que ficassem satisfeitos”. (Salmo 81, NLH)

Quando o povo de Israel caminhou no deserto, eles não apenas peregrinaram durante muito tempo sem direção, mas também carregaram cestos e cargas desnecessárias. O versículo 6 do Salmo 81 revela bem isso, quando o próprio Deus retirou deles os pesados cestos.

E não é diferente com a nossa vida hoje. Quantas vezes nos sentimos cansados e sobrecarregados a ponto de pensar que não vamos suportar ou, pior, questionamos porque Deus permite que carreguemos tanto peso.

Mas não, Ele não permite que carreguemos excesso de peso, pois o seu fardo é leve e seu jugo, suave. Ele nunca envia peso maior do que podemos carregar. Ele é nosso Criador, conhece nossa estrutura e nossa capacidade.

O que infelizmente ocorre muitas vezes é que nós mesmos procuramos pesos e tijolos desnecessários. Então os colocamos em nossa bagagem e a caminhada fica mais difícil. Esses tijolos podem ter a forma de preocupações com coisas sobre as quais não temos nenhum controle, pode ser em forma de ansiedade excessiva, medos sem motivo real, insatisfações e tantos outros problemas dos quais poderíamos simplesmente abrir mão, ou melhor, levá-los a Cristo.

Mas a boa notícia vem diretamente do coração de Deus para nós: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mateus 11.28). Essa é uma promessa e certeza maravilhosa, pois Ele tira toda carga pesada e excessiva. E o primeiro passo cabe a nós. Devemos ir a Ele. E quando vamos a Ele, não apenas recebemos alívio para os excessos que a vida nos impõe, mas o Pai ainda tem pra nós “o melhor trigo e mel puro, do campo” (Sl 81.16). O verdadeiro alimento que nos sustenta e satisfaz.

Portanto, não sejamos “teimosos”, levemos ao Pai os nossos “tijolos” – preocupações, ansiedades, medos. Podemos escolher carregar um fardo leve e receber de Cristo o alimento que nos fortalecerá quando as provações tentarem minar nossas forças e sufocar nossa fé.

Lembre-se: “você não precisa carregar tijolos”.

Não desista!

Não desista!

Texto bíblico: 2 Reis 4.1-7

Existem momentos que não conseguimos enxergar uma saída, lutamos bravamente sem, contudo, sair do lugar. Todo o empenho parece ser inútil e por fim o cansaço e o desânimo nos abraça e desistimos. Desistimos de tentar, de lutar, de crer. O fim surge eminente como o pôr-do-sol em um dia frio. A noite escura nos lembra de todo fracasso. Não há mais nada.

O que você tem em casa? Pergunta o profeta.
Nada. Essa foi a resposta que uma viúva teve quando seus filhos iam ser levados como escravos por causa de uma dívida. Nada era tudo o que ela via.

Ver o nada é o precedente do desespero.
O que você tem? Nada mais?
Tire os seus olhos do natural, olhe através de Cristo. Ele é o que você precisa, Ele é o Grande Eu Sou.

Se o mar da dúvida impede você de prosseguir Ele é o barco e que carrega você.

Se a enfermidade faz sua noite ser eterna, Ele é o Sol da Justiça que brilha para você.

Se o fardo está pesado demais, Ele troca de fardo com você e o dele só tem paz. Se você tem fome, Ele é o Pão da Vida.

Se você está perdido Ele é O Caminho que leva você à Verdade e revela a Vida. Tudo o que você precisa está Nele, Ele é O Principio o Meio e o Fim.
Aquela mulher tirou os olhos das circunstâncias e enxergou um pouco de azeite. Ela enxergou o princípio para a abundância de vida. Quem tem um pouco de azeite tem a essência do Espírito de Deus.

Se você não vê mais nada, olhe novamente, Jesus nunca saiu de perto de você. Ele é tudo o que você precisa para dar certo. Não desista! Pegue esse Azeite e multiplique-o.

“E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos”. (Mateus 28.20.)

Seja bem-vindo, filho!

“[...] E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome”! (Lucas 15.17.)

Sempre que escutamos ou lemos a parábola do filho pródigo damos ênfase ao filho mais moço, o que se fora, o que pedira ao pai a sua parte da herança para seguir sozinho. Mas hoje quero dar ênfase ao filho mais velho, o que ficara com o pai, o ajudando em suas terras. Esta reflexão lança uma interrogação: Será que posso “perecer de fome” mesmo quando estou perto do Pai?

De acordo com a Palavra, quando o filho mais moço retornou para casa, o filho mais velho ficou extremamente desapontado e disse ao pai “[...] nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos [...]” Essa parábola nos ensina que muitas vezes estamos dentro de casa com o pai, trabalhando e ajudando em sua obra, dormindo e acordando com Ele, porém não sabemos usufruir de sua bondade, estamos “perecendo de fome”, com os nossos corações longe de sua bonança.

O fato de estarmos em nossas igrejas locais, exercendo nossos ministérios, não quer dizer que estamos próximos de Deus, que somos mais santos por estarmos na plataforma ou ainda seguindo liturgicamente a programação da mesma. A ideia que temos de “longe ou distantes” é sempre daqueles que um dia se desviaram do caminho de Deus e escolheram seguir o caminho no mundo, como o filho pródigo! Mas e quando estamos ao lado do Pai, trabalhando em nossos ministérios, e o nosso coração está distante de Deus, para onde e quem devemos recorrer? A resposta é simples e fácil, devemos ir para os braços do PAI! É Ele que nos entende nos momentos em que estamos ansiosos, preocupados, desanimados e insatisfeitos com a situação atual de nossas vidas, ficar longe do Pai pode gerar grandes perdas, mas pior é estar próximo do Pai com o coração distante!


“[...] Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. (Marcos 7.6b.) A hipocrisia consiste em fingir ser algo que a pessoa não é nem tem intenção de ser.

Jesus chamou os fariseus de hipócritas porque adoravam a Deus por razões erradas. Não eram motivados pelo amor, mas pelo desejo de alcançar lucros, ter a aparência de santos e aumentar seu prestígio social.

Se você está na casa do Pai, mas sente que o seu coração está distante, pare o que está fazendo, O convide para uma conversa franca e deleite-se em seus braços e Ele o dirá: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas (Lucas 15.31.)

Seja bem-vindo! Jesus te ama! Deleite-se nele!

A continuação da continuação


O primeiro problema é não começar coisa alguma. O segundo é começar e não ir adiante. O terceiro é começar, ir adiante por algum tempo e desistir pouco depois. Para quem já pôs de maneira correta as mãos no arado, o maior desafio é a continuação da continuação.
Primeiro, vem a descoberta da fé, a iniciação, o despertar, o abraçar, a conversão. Depois, vem a caminhada, a negação do eu, a renúncia do pecado, a obediência devida a Jesus Cristo, a continuação do compromisso, da nova vida, da nova experiência, da nova situação. Por último, vem a continuação da continuação.
Ao sair da prisão, Pedro bateu, altas horas da noite, à porta da casa de Maria, mãe de João Marcos. A empregada veio, mas não abriu a porta, e Pedro continuou a bater. Seguiu-se uma discussão entre a empregada e os irmãos que estavam ali a noite toda orando por Pedro. O apóstolo não desistiu e continuou a continuação, até que a porta se abriu (At 12.12-16). O mesmo aconteceu com o homem da parábola de Jesus que insistiu com o amigo até ele lhe emprestar três pães (Lc 11.5-8).
Embora Paulo se congratule com os Coríntios, porque eles tinham aceitado o evangelho e continuavam firmes (1Co 15.1), no versículo seguinte o apóstolo chama a atenção para a continuação da continuação: “A mensagem que eu anunciei a vocês é o evangelho, por meio do qual vocês são salvos, se continuarem firmes nele”(15.2.) Antes de encerrar a carta, por mais duas vezes, Paulo exorta-os a continuarem firmes: “Continuem fortes e firmes” (15.58) e “Estejam alertas, fiquem firmes na fé, sejam corajosos, sejam fortes” (16.13.)
A continuação da continuação resolverá muitos problemas dos cristãos e da igreja. É essa falta de continuação, dia após dia, que arrefece (faz desanimar) a fé e o testemunho. Não há feriados nem férias para a continuação da continuação. A continuação é uma linha firme que liga o ontem ao hoje e o hoje ao dia final. A caminhada não é curta; ela é comprida e muito comprida. Jesus menciona essa continuação no sermão profético: “Todos odiarão vocês por serem meus seguidores, mas quem ficar firme até o fim será salvo”. (Mc 13.13) Não existem paradas ao longo do caminho. A única parada é o fim dos tempos, quando Jesus voltar, por ocasião da plenitude da salvação. A continuação da continuação descamba na consumação da história. Daí o conselho: “Nosso profundo desejo é que cada um de vocês continue com entusiasmo até o fim, para que, de fato, recebam o que esperam”. (Hb 6.11.)
Se houver alguma parada provocada por negligência ou pecado, a regra é: “Comecem de novo a viver uma vida séria e direita e parem de pecar”. (1Co 15.34.)
Jesus deixou claro que a continuação da continuação é um elemento importante na oração, como se pode ver na parábola da viúva persistente (Lc 18.1-6).